Não é incomum encontrar nos laboratórios procedimentos descritos não condizentes com as tarefas realizadas ou sem registros que comprovem sua execução. Ao analisar as não conformidades abertas para este tipo de ocorrência ( muitas vezes identificadas na auditoria interna) ou questionar o gestor da qualidade, quase sempre a ação corretiva padrão é retreinamento do colaborador.
Sim, falhas nos processos de treinamentos existem, mas será que é só isso mesmo?
Por que, afinal, alguns procedimentos são descumpridos?
Alguns pontos devem ser analisados:
- Clareza nas informações: Objetividade na escrita para não causar confusão e interpretações equivocadas. Cuidado na utilização de termos muito próprios da qualidade (qualitês).
- Supervisão: Manter-se atenta na identificação de falhas de execução de procedimentos, orientando prontamente o colaborador.
- Gerência e Diretoria: Devem incentivar e cobrar a adesão aos procedimentos e , principalmente, darem o exemplo, afinal, quando a alta direção não cumpre os procedimentos e não segue as normas, qual mensagem está sendo passada à equipe?
- “flexibilização” das normas. Permissão para o não cumprimento de normas de acordo com a situação ou conveniência. Esta prática confunde a equipe e assim como na situação anterior, qual mensagem está sendo passada?
- Excesso de documentos: Será que a quantidade de procedimentos não é excessiva? Talvez seja o momento de direcionar para treinamento apenas os procedimentos específicos à função exercida, mantendo os demais disponíveis para consulta.
- Avaliação de treinamentos: Importante para checar o entendimento do assunto abordado. Pode ser feita através da aplicação de um teste escrito, avaliação oral ou acompanhamento da realização de uma tarefa.
Estes podem ser alguns fatores que contribuam para a falta de adesão da equipe. Então, além do retreinamento, a proposta é se aprofundar mais na pesquisa da causa e se for o caso, ampliar as ações propostas.