Diferente da ação corretiva, a ação preventiva não está ligada à busca de soluções para problemas já ocorridos, mas a problemas que possam ocorrer, ou seja , trata-se da detecção de um problema em potencial.
O que é melhor? tratar um problema ou evitar que ele ocorra?
A partir desta pergunta, compreendemos a importância de manter a atenção aos processos e procedimentos do dia a dia , não ignorando os sinais de alerta que normalmente aparecem antes do problema ocorrer. Quando as pessoas estão envolvidas em suas tarefas diárias, é comum não prestarem muita atenção a este sinais , muitas vezes tomam ações que evitam o aparecimento do problema momentaneamente sem se preocupar em fazer uma análise mais aprofundada da situação.
Assim, registrar os problemas potenciais é muito importante para que ações preventivas sejam propostas e haja o acompanhamento de sua efetividade.
Tenho visto uma maior dificuldade na identificação de uma não conformidade em potencial do que de uma não conformidade propriamente dita. Isso é bastante compreensível, já que a não conformidade expressa a ocorrência de um problema, ou seja , parece algo bem mais concreto do que um problema que poderá vir a acontecer. Entretanto, quando se trata de setores onde o risco de danos é iminente, a prevenção é fundamental e está inserida ativamente na Gestão de Risco e Segurança do Paciente. Os riscos inerentes aos processos laboratoriais devem ser identificados e classificados e assim, as propostas de ações que objetivem a diminuição ou eliminação destes riscos são elaboradas e acompanhadas. Para este propósito, recomendo a utilização da matriz FMEA (Failure Mode Effects Analysis). Os gestores devem disseminar esta cultura de segurança, de modo transparente e que incentive a participação de toda equipe.
Dentro da Gestão da Qualidade existem outras fontes que podem indicar a necessidade de tomada de ações preventivas, tais como:

• Auditorias internas e externas – As auditorias podem ser ótimas oportunidades para detecção tanto de oportunidades de melhorias quanto não conformidades em potencial.
• Indicadores – A análise periódica dos indicadores de qualidade pode identificar tendências e devem ser utilizados como uma ferramenta para acompanhamento da matriz de Risco proposta.
• Análise crítica de resultados de Controle Interno e Externo – Além das inadequações , a avaliação destes resultados também identificam tendências no comportamento destes controles e problemas potenciais são prevenidos.

No geral, o processo de registro de uma ação preventiva é o mesmo de uma não conformidade:
• Identificação do problema em potencial
• Análise da causa
• Propostas de ações preventivas
• Implementação das ações
• Avaliação e acompanhamento da efetividade