Pode parecer uma questão básica quando falamos em gestão da qualidade, não conformidades e planos de ações, porém, apesar de se tratar de um tema que à primeira vista pareça fácil, na prática causa dúvidas e confusões. Tenho visto muitas ações imediatas serem tratadas como ações corretivas. Claro que para chegar às ações corretivas eficazes, existe todo o processo de investigação e identificação da causa raiz, mas neste artigo vamos nos ater aos conceitos para diferenciar uma ação da outra.
Ação imediata: Tem como objetivo resolver o problema na hora, ou seja, o problema é resolvido momentaneamente, sem garantias de que o mesmo não voltará a ocorrer.
Ação corretiva: O objetivo da ação corretiva é corrigir o problema. Parece óbvio? Mas não é tão simples, pois o propósito é reduzir ao máximo ou eliminar o problema identificado.
Como tudo fica mais fácil de se compreender exemplificando, então, vamos tratar de um evento que pode ocorre em um laboratório: erro na liberação de resultado. Ninguém quer isso, além de prejudicial para a imagem, em algumas situações pode afetar de forma grave o paciente.

Quais seriam as ações?
Imediata: Assumir que houve um erro, retificar o resultado e contatar o paciente ou médico. Vejam que esta ação independe da causa raiz. Ela é feita e ponto, não importa quais falhas no processo levaram ao erro final.
Corretiva: Ação dependente da correta identificação da causa raiz. Vamos supor que para o caso apresentado, o erro ocorreu devido a uma falha na transcrição do resultado. Uma ação corretiva que poderia ser proposta é a implementação do interfaceamento dos resultados, ou seja, os dados gerados pelo equipamento são enviados diretamente para o sistema , evitando que falhas humanas ocorram durante a sua transcrição, como por exemplo, a digitação errada de um valor. Esta ação não exime a responsabilidade de avaliação dos controles, validação de rotina, consulta ao histórico do paciente, entre outras, mas eliminaria uma etapa bastante crítica dentro do processo de liberação de resultados de exames.
Felizmente, o interfaceamento é uma realidade em grande parte dos laboratórios e os que vivenciaram os dois tipos de situações entendem a eficácia desta ação.

Andrea Curty
Consultora em Qualidade
Curty Qualidade